Depois de um vendaval, criado por um cavalo chamado Zidane, que no último feriado derrubou Fernanda, estou de volta ao meu casarão. Que alegria ver meus gatinhos, meus pratos trincados e bules rachados .
Meu amado filho Fábio é que não entende como eu posso ser tão apaixonada por objetos que "deveriam" estar no lixo. Tudo aqui me emociona. É o cheiro do casarão de mais de 100 anos e as velharias que o decoram. Eu olho para um lado e vejo a cadeira que foi da minha avó, do outro, um armário de uma tia, não tão querida assim, ah, a minha coleção de bules, que linda!
Vou caminhando e matando as saudades deste museu, que é todo meu.
Pelo menos, por enquanto.
É bom saber que minha filha ficou bem e perfeita, mas cavalo....nunca mais.
Nem poney!
De agora em diante ela só deverá andar naquelas charretinhas comuns em Caxambu, puxadas por cabritinhos bem mansos.
Ela foi de muita garra e mesmo na dor agradecia a Deus por não ter acontecido com uma das 9 crianças que estavam com ela na cavalgada. Imagina se Zidane resolve sair dando cabeçadas nos meus netos? Daria , no mínimo, uma boa surra de chicote e acabava com seu mau humor, exigindo castração radical. Ele não tem idéia do que uma avó é capaz.
Bem, agora tudo passou e vai servir como lição para muitas pessoas. Não confie tanto no seu animal.... Examine bem onde você anda e com quem.... Na vida, esta é uma regra geral..... Coragem, é bom ter , mas ela também derruba do cavalo. Parece frase feita!!!!
Enfim, "lar doce lar". Depois da trovoada, uma calmaria é bem vinda.
Domingo irei na fazenda da Fabiana bater um bom papo com este atirador de filhas. Quero olhar, olhos nos olhos e exigir uma explicação. Nem sei se vou perdoá-lo. Ainda estou muito magoada com ele.