segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Família Buscapé!


Quando resolvi ter uma família grande, não imaginava que viriam também os grandes problemas.
Os filhos foram chegando muito próximos uns dos outros, mas os pais cada dia mais babões. Nunca titubeamos ou nos arrependíamos de uma nova gravidez, mesmo que no susto. Vieram Renata, Fernanda, Rogério e Fábio num espaço de 6 anos. Ufa! Dona Iracema, minha amada mãe, só faltava me internar num hospital psiquiátrico. Fernanda estava com 4 mêses quando Rogério resolveu chegar. Consegui esconder a barriga até os 5. Era magrinha, e professora de educação física, o que me ajudava a manter a forma. Um dia ela descobre, e sem saber que alí estava sua alma gêmea, ( como foi mimado por ela! ) usa de sua falsa braveza para perguntar; está gravida de novo? Só consegui dizer ; sim. E, saí voando da sala.
Não tinha mais como esconder. É até estranho, uma mulher bem casada, apaixonada por crianças e tomando tal atitude.
Nasce um garoto lindo e enorme . Arcésio, que até então dizia que poderia ser outra mulher, cai de quatro. Meus pais não se cansavam de olhar aquele neto.
Cresce Rogério e providenciamos, um ano depois, um irmãozinho para ele. Vem a coisa mais fofa da mamãe, Fabio.
Já imaginaram quatro filhos com sarampo? coqueluche ? catapora? Fernanda era sempre a primeira a trazer esses males da infância para casa. Depois ........
O tempo foi passando e impedida de ter mais filhos biológicos, começo a pensar em um filho do coração.
Quando, já com os filhos adolescentes, Papai do Céu coloca no meu peito a caçulinha Fabiana. Pronto, cinco filhos e uma vida repleta de amor, preocupação, sustos, alegrias, perdas, lágrimas , enfim tudo que eu havia sonhado.
Brincava de pique esconde. Jogava queimada ( alguém se lembra?) até as 10 horas da noite, na rua, com a criançada da vizinhança.
E, quando a caixa d'agua soltava o excesso através de um cano, era a nossa cachoeira particular.
Aprendi a fazer e soltar pipa.
Era uma criança brincando com seus filhotes.
Como o tempo não para, foram crescendo e tomando seus rumos.
E eu, ficava com sindrome do berço vazio. Mantinha a casa sempre esperando que voltassem. Mas qual o que......
seus caminhos já estavam traçados.
Bem, pelo menos trataram de providenciar , muito cedo por sinal, a chegada dos netos.
Vem Luísa, a primeira de uma série de 15. Minha amada criança. Com Fabiana, disputava meu amor e e minha paciência.
Eu era uma avó mãe ou quem sabe uma mãe avó. Não sabia onde terminava uma e entrava a outra. Me perdi como educadora e agradeço a Deus a ajuda maravilhosa que me deu para conduzir sem errar muito.
Hoje, quando olho para trás, vejo que sou uma sobrevivente. Consegui formar essa família linda, enorme e muito amada.
Agora é só esperar Luísa me colocar nos braços um bisneto ou quem sabe uma coisa tão linda como ela.
Acho que terei que esperar um pouco mais pois não vejo nem fumacinha. Quem sabe depois dos setenta?
Bem, Luísa, Luís Guilherme, Vinícius, Isabela, Carol, Lucas e Gabriel, Ana Rita e Ana Cecília, Pedro, Tiago, Marina, Júlia , Isadora e agora Kauã me fizeram ser a avó mais boba do mundo. Como diz Fernanda, meio chata, porque não deixo quebrar meus bules e nem os pratos antigos. E, nem brincar de pique esconde dentro do casarão. Nem ligo para suas reenvindicações. Criança no interior, brinca na praça, na rua ou no jardim. O que está faltando são pais recreadores e criativos.
É, isto vai dar"pano pra manga" como se diz aqui em Minas, uai.
O meu amor cresce na medida que o tempo passa. Um dia continuarei cuidando dos meus amores de num outro plano, mas com sabedoria e sem errar tanto. .