sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Enxofre?

Acabo de me lembrar de uma passagem bem pitoresca acontecida no início de 2009.
Decidida a morar em São Vicente de Minas e precisando, com urgência, vender meu lindo apto no Rio de Janeiro. 
Já não justificava mantê-lo, não só pelo tamanho como pela despesa que era enorme.
Meus amados filhos não queriam, mas estavam doidos pela partilha.
Coloco anúncios em todas imobiliárias e nada!
Abaixo o preço e.....ele continuava nas minhas mãos. 
Já não sabia o que fazer para me livrar dele.
O que era prazer estava se tornando tortura.
Rezo pros meus amigos lá de cima.
Faço promessas que não serão cumpridas, pois não acredito nelas.
Estava chegando ao desespero quando uma amiga (será?) me ensina a fazer uma mandinga.
Deveria comprar enxofre e queimar em todos os cômodos fazendo uma determinada reza.
Vamos, na frente minha coroa depois a coitada da minha neta e eu andando, queimando e rezando (cruzes!), quando um vento forte entra pela janela que dava para o mar e eu tomo toda aquela fumaça no rosto.
Meu Pai, que loucura!
Vem uma crise de asma severa e minhas companheiras de infortúnio  se apavoram. Vamos para o hospital, diz uma. Não, ela tem bombinha na bolsa, diz a outra.  Respira, respira, não para!!!!!!!!!!!!
Pô, como parar? Tô sufocada, mas quero continuar viva.
Fui me acalmando e chegamos até a porta rindo muito.
É, mexemos com coisa braba, pensei.
Tranco aquela casa que um dia foi a dos meus sonhos e saio para nunca mais voltar.
Tempos depois consigo vender por um preço muito baixo, mas que me deu alegria.
Já não aguentava o cheiro de enxofre no meu nariz.
Hoje vivendo neste casarão, que é dos meus sonhos para variar, dou risadas de tantas loucuras feitas e sempre envolvendo minhas amadas.

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